sexta-feira, 28 de maio de 2010

Linhas Apenas


Talvez tenha sido ontem, ou será que foi hoje?
Quiçá amanhã tenha sido,
A manhã tenha tido
Ou a luz tenha feito
O que hoje se esquiva da cor.

Tento tocar-te e atravesso.
Olho através e ao avesso.
Faço o que à nada desejo,
E me entrego ao bocejo
Ao constatar no espelho a morte do amor.

Pois a noite me pego a pensar em coisas sem tempo,
Em mares sem vento
e barcos sem navegador.
Faço com que de tua ausência nasçam poemas,
Linhas apenas.
Curas inúteis de um ferimento sem dor.

O que tenho a dizer-te
É que com o tempo se aprende que só o nada é pra sempre.
E é por isso que te peço que cuide
Pois não existe paixão que não acabe
E MUITO MENOS,
Amor que não mude.


Por: Rimini Raskin


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Canção para uma velhice indesejada



Tudo que toco, ao eterno leva um pouco de mim.
Bocas que beijo e mãos que aperto,
Eternas se fazem em momentos febris.

Há um "para sempre" escondido em cada segundo.
Um final anunciado em cada passada
E um "amor da minha vida" por metro quadrado.

Por isso tudo que toco, ao eterno leva um pouco de mim.
Para que em um futuro onde bocas e mãos me faltarem,
Me sobre memória da grama que um dia foi verde,
Da risada que um dia foi farta
E dos amigos que foram um dia, a paixão da minha vida.


Por: Rimini Raskin