Há algo errado, definitivamente alguma coisa morreu.
Me sinto desconfortável
e cada vez com menos vontade de fingir.
Não estou feliz, não suporto minha própria imagem,
Já não choro, não perco o sono e não sinto sequer a tristeza.
Estou dormente, gelado, cansado demais das mesmas coisas,
mesmas roupas e mesmas vozes.
Tornei-me sombra, cria do vazio.
Não há amor, nem ódio,
nem mesmo nuvem que esconda o sol.
Há amigos, uma familia desmoronando,
um trabalho que me faz querer morrer de tédio
e um album de sonhos antigos.
Não existe crise existencial e esse é o problema.
O que me deprime é saber quem sou, quem fui e o que tenho.
Já fui criança e não sinto falta,
já fui adolescente e quis crescer,
Agora sou adulto e não vejo diferença.
Fui o idiota mais esperto da turma
e mesmo assim de nada valeu.
Aproveitei os meios e conheci
os finais mais cedo do que queria.
Não serei levado à sério porque um dia quis assim.
Não serei levado à tona,
pois à ninguém interessa o meu naufrágio.
Todo esse mar de sentimentos de amizade
e meu coração segue razo,
Toda essa fogueira de amores e minha chama tão gelada.
Talvez me falte vontade, me falte paixão pela vida,
E antes que venham me falar sobre
o quanto todos gostam de mim,
Saibam que eu sei muito bem disso e agradeço.
Mas de uma forma ou de outra, já não vejo graça.
Tudo voltou às telas, às páginas e à imaginação,
As novidades se repetem,
as pessoas desvanecem, e mais do que isso,
Me tornei desinteressante à meus próprios olhos.
Talvez o problema nem seja o desânimo,
nem a tristeza e nem a saudade.
O que eu sinto é o vazio do olhar para o nada,
é o pensar à esmo e correr em vão.
Gritar por dentro para que não ouçam,
Gritar até ficar rouco e calar a alma.
Ver todos com tanta pressa e sentir vergonha
de pedir um abraço para alguém que talvez possa remendar
o filho da puta que fui a vida toda.
Mas peço que não tente entender, no fim não há culpados.
E as coisas acabam por retornar ao começo.
P.S.: O que me dá mais medo é saber que não tenho mais 16 anos e minhas mãos não tremem tanto!
Me sinto desconfortável
e cada vez com menos vontade de fingir.
Não estou feliz, não suporto minha própria imagem,
Já não choro, não perco o sono e não sinto sequer a tristeza.
Estou dormente, gelado, cansado demais das mesmas coisas,
mesmas roupas e mesmas vozes.
Tornei-me sombra, cria do vazio.
Não há amor, nem ódio,
nem mesmo nuvem que esconda o sol.
Há amigos, uma familia desmoronando,
um trabalho que me faz querer morrer de tédio
e um album de sonhos antigos.
Não existe crise existencial e esse é o problema.
O que me deprime é saber quem sou, quem fui e o que tenho.
Já fui criança e não sinto falta,
já fui adolescente e quis crescer,
Agora sou adulto e não vejo diferença.
Fui o idiota mais esperto da turma
e mesmo assim de nada valeu.
Aproveitei os meios e conheci
os finais mais cedo do que queria.
Não serei levado à sério porque um dia quis assim.
Não serei levado à tona,
pois à ninguém interessa o meu naufrágio.
Todo esse mar de sentimentos de amizade
e meu coração segue razo,
Toda essa fogueira de amores e minha chama tão gelada.
Talvez me falte vontade, me falte paixão pela vida,
E antes que venham me falar sobre
o quanto todos gostam de mim,
Saibam que eu sei muito bem disso e agradeço.
Mas de uma forma ou de outra, já não vejo graça.
Tudo voltou às telas, às páginas e à imaginação,
As novidades se repetem,
as pessoas desvanecem, e mais do que isso,
Me tornei desinteressante à meus próprios olhos.
Talvez o problema nem seja o desânimo,
nem a tristeza e nem a saudade.
O que eu sinto é o vazio do olhar para o nada,
é o pensar à esmo e correr em vão.
Gritar por dentro para que não ouçam,
Gritar até ficar rouco e calar a alma.
Ver todos com tanta pressa e sentir vergonha
de pedir um abraço para alguém que talvez possa remendar
o filho da puta que fui a vida toda.
Mas peço que não tente entender, no fim não há culpados.
E as coisas acabam por retornar ao começo.
Por: Rimini Raskin
P.S.: O que me dá mais medo é saber que não tenho mais 16 anos e minhas mãos não tremem tanto!