segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Doença


Nasci com uma grave doença.
Um vírus de efeitos progressivos.
Sem cura e sem tratamento.
Sinto dores terríveis, mas as vezes,
Sensações maravilhosas de meu corpo se apossam.

Médicos não poderiam explicar.
Nem mesmo as religiões.
Remédios e rezas sempre se mostraram inúteis.
Não carrego marcas visíveis, mas as vezes,
É como se o mundo pudesse ler em meu rosto
Essa incompreensível doença.

Não existe contágio.
Salvo em alguns casos especiais,
Com pessoas que já levam o vírus incubado dentro de sí.
Não sei quanto tempo ainda tenho pra viver,
Talvez por isso os efeitos se agravem com maior velocidade.
É a dúvida que me corrói,
A incerteza de não existir certeza.

Não existe um nome específico para essa enfermidade.
A medicina chamaria de imperativísmo,
As religiões listariam motivos,
chamariam de encosto, falta de fé.

E talvez até tentariam me curar
Com banho de ervas ou exorcismo.

Eu sinceramente,
morreria rindo agradecido por todo esforço.


Essa mutação é parte de mim.
Esse cérebro de atividade alterada.
Essa alma fujona.

Esse sou eu.

Incurável.

Incostante.


Inconformado!


Por: Rimini Raskin

domingo, 17 de janeiro de 2010

Só Talvez



Ter me sentido tão vivo ao teu lado,
Isso não importa mais.
O sal, o limão,
E as tequilas marteladas.
Isso não importa mais.

As músicas que dançamos,
Elas não vão voltar.
Os beijos, abraços,
E até mesmo as lágrimas no banheiro.
Elas não vão voltar.

Teu cabelo novo, as velhas angústias,
São as pequenas belezas que não compartilho mais.
Os sonhos, filmes,
E os livros divididos.
São agora parte do que não volta mais.

Minha irmã, minha amiga,
Amante cármica de outras vidas.
Tento, mas não te VEJO!

"Love waits for everyone!"

Mas o tempo, a frieza, os não ditos e os ditos pela metade,
Todos eles minam,
Cansam,
Doem.

E talvez se não insistisse tanto em matar em ti o que eu amava.
Talvez se insistisse em amar em mim o garoto dos sonhos confusos,
Da geladeira antiga, da casa pequena e do cachorro grandão.
Talvez se não tivesse aberto mão das pequenas alegrias,
Das mãos sujas de tinta, do balanço
E da sensação de ficar de cabeça pra baixo nas barras da pracinha.
Talvez se eu não tivesse ajudado a matar tudo isso,
Com minhas carências estúpidas,
Com minha inconstância e minha loucura insalubre de nunca saber o que quer.
Mas talvez, mesmo com tudo isso, a promessa telepática se cumpra,
A utopia se apronte e as cores voltem a colorir o nosso quadro.

...Só talvez...


Por: Yuri Pospichil

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sexta!


A TV deveria me chamar atenção;
Mas mesmo com toda a tragédia que chega em cores,
Não é ela que me prende a observação.

Poderia ser o chopp gelado,
A conversa animada,
Ou a comida gostosa.

Poderiam ser os novos amigos,
As velhas piadas,
Ou os funcionários muito apressados.

Poderiam ser mil coisas,
Mil vozes, mil risos,
Ou apenas a hora de ir pra casa.

Mas não foi nada disso.
Nem isso ou aquilo.

Pois o que poderia ser mais lindo do que as três menininhas cítricas?
Alí, sentadinhas lado a lado.
As únicas a cantarem e dançarem velhas melodias
na moribunda voz do cantor de boteco.

Queria ser criança denovo.
Para parar de reclamar tanto
E perceber que na vida não há nada mais interessante
que um tilintar de cordas.



Por: Rimini Raskin

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Não Fale




Você e eu
Costumávamos estar juntos
Todos os dias juntos sempre

Eu realmente sinto
Que eu estou perdendo "minha melhor amiga"
Eu não posso acreditar
Este pode ser o fim


Parece que mesmo assim você está deixando acontecer
E se isso é real,
Bem eu não quero saber

CHORUS
Não fale
Eu sei do que você está falando
Então por favor pare de explicar
Não me diga porque isso machuca
Não fale
Eu sei o que você está pensando
Eu não preciso de suas razões
Não me diga porque isso machuca

Nossas lembranças
Elas podem ser convidativas
Mas algumas são completamente
Certamente amedrontadoras

Como nós morremos, ambos você e eu
Com a minha cabeça em minhas mãos
Eu me sento e choro

CHORUS
Está tudo acabado
Estou parando de fingir quem nós somos.

Você e eu
Posso nos ver morrendo... nós estamos?

CHORUS
Eu sei que você é boa
Eu sei que você é boa
Eu sei que você é realmente boa oh
La da da da da da
La da da da da da
Não, não
Ohh Ohh

Me acalme, me acalme baby
Me acalme, me acalme baby
Me acalme, me acalme, não me diga porque isso machuca


Por: Gwen Stefani

domingo, 10 de janeiro de 2010

La Ley - El Duelo



Com uma lágrima de fé sobre tua pele

Esqueci a marca que deixou teu amor
Mas esse instinto taurino de teu ser
Me obrigou a açoitar-te muito ternamente

Sem dor não te faz feliz
Sem dor não te faz feliz
Sem amor...
Não sofre mais

Toda essa noite provocou até ver en mim
O que a ninguém mostro na intimidade
Mas essa forma de olhar que há em ti
Me obrigou a matar-te muito lentamente

Sem dor não te faz feliz
(Sem dor)
Sem dor não te faz feliz
Sem amor... Lentamente

Sem dor não te faz feliz
Sem dor não te faz feliz
Sem amor...
Não sofre mais


Por: Beto Cuevas

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Meu quarto transpira tristeza e cansaço,
E esse maldito ventilador se mostra tão inútil quanto meu esforço de amar.
O vazio destrói até os estímulos mais puros de motivação.
Mesmo com toda a conversa sobre espiritualidade, mesmo assim nada me fez mais completo.
Mais inspirado, menos medroso talvez, mas não menos incompleto.
Odeio ter o coração em mãos alheias, principalmente quando esqueceram de colar o aviso CUIDADO FRÁGIL - ESSE LADO PARA CIMA.
Pois é de ponta-cabeça que me sinto, confuso e cansado de tuas desculpas que cada vez se tornam mais difíceis de aceitar.
Sinto que aqui não escrevo um poema, sinto que não procuro a beleza, sequer sinto alguma coisa.
Apenas me livro do peso de sofrer por ti no inferno do verão gaúcho.
Quando não durmo à noite é em ti que penso, e quando durmo é contigo que sonho.
E se me viram chorar pela manhã é porque tua falta eu sentia.
Mas o que importa isso para ti?
Sinto como se minha presença não valesse o menor esforço, como se tudo fosse prioridade, TUDO, exceto eu. E sabe o que é pior? Nunca pedi para ser prioridade, nunca esperei por isso, mas nunca quis estar na situação que me colocaste, um dependente, um faminto para quem tu joga migalhas e espera um sorriso de satisfação.
Me sinto ridículo ao ponto de dividir esse sentimento deprimente com o mundo, menos contigo, pois também não espero que se importe com o que digo.
Cansado de fingir, muito cansado!


Por: Yuri Pospichil

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Talvez porque


Talvez porque não sou um bom poeta
Posso pedir-te que fiques quieta
Até que eu termine estas palavras.

Talvez porque não sou um grande artista
Posso dizer "tua pintura está pronta"
E dar-te orgulhoso este borrão.

Talvez porque não sou da nobreza
Posso nomear-te minha rainha e princesa
E dar-te coroas de papel de cigarro.

Talvez porque sou um mal negociante
No peço nada em troca de dar-te o pouco que tenho,

Minha vida e meus sonhos!

Talvez porque não sou um bom soldado
Deixo que ataques pela frente e pelas costas
Quando discutimos sobre nossos projetos.

Talvez porque não sou nada disso
É que estás aqui em minha cama!


Por: Sui Generis

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Falastrão


Não me chame pra contar
De mais problemas que eu sei,
Não fazem parte do meu mundo.

Se quer alguém pra conversar
Então pare de falar
Pelo menos um minuto.

Só assim alguém te ouve
E tem tempo de falar.

Não vê que apenas dois ouvidos
Não são suficientes pra você?

Eu só queria voltar pra casa
E não ter ninguém em casa.
Se for só pra reclamar
E em nada ajudar.

Apenas ocupando espaço.

Eu só queria voltar pra casa
E não ter ninguém em casa.
Se for só pra reclamar
E em nada ajudar.

Por: Dan Schneider