Talvez tenha sido ontem, ou será que foi hoje?
Quiçá amanhã tenha sido,
A manhã tenha tido
Ou a luz tenha feito
O que hoje se esquiva da cor.
Tento tocar-te e atravesso.
Olho através e ao avesso.
Faço o que à nada desejo,
E me entrego ao bocejo
Ao constatar no espelho a morte do amor.
Pois a noite me pego a pensar em coisas sem tempo,
Em mares sem vento
e barcos sem navegador.
Faço com que de tua ausência nasçam poemas,
Linhas apenas.
Curas inúteis de um ferimento sem dor.
O que tenho a dizer-te
É que com o tempo se aprende que só o nada é pra sempre.
E é por isso que te peço que cuide
Pois não existe paixão que não acabe
E MUITO MENOS,
Amor que não mude.
Por: Rimini Raskin