domingo, 18 de junho de 2017


Thoreau bateu à minha porta.
Eram 3 da manhã de um lugar comum
Destes tão ordinários quanto
a própria realidade.
Trazia consigo um cesto de maçãs
vermelhas e na mão esquerda
um calhamaço mágico...Anárquico
me chamava para fora
para que eu visse com meu próprio
espírito sujo da fuligem industrial
uma enorme fogueira que ardia
alimentada pelas leis do capital.
Thoreau como um xamã
aniquilava toda produção inútil,
a fome e a servidão.
Fazendo-as curvarem diante
de seu olhar caudaloso.
Ao nosso redor relâmpagos
Iluminavam o interior do fumo
espesso da fogueira enquanto
a Terra gritava e os Rios, com violência
arrastavam suas amarras...
De costas coladas à parede de pedra
chorei, entre maravilhado e confuso.


- Raskin

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