terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ensaio Sobre a Tristeza


Desconfio de todo tipo de felicidade que pese menos de 1g, mas frequentemente às aceito.
Me traí ao tornar-me uma criatura desejável e ajustada de forma doente ao teatro de aparências.
Não estou feliz, minha piada é química, meu groove é sincero mas a risada é fraudada!
Vejo corações seguindo novos caminhos, abraços afrouxando e sorrisos cada vez mais irreconhecíveis ... mas me sinto feliz, os vejo felizes e é isso que importa!
Só queria fechar os olhos e acordar no meu cantinho predileto do mundo!
Escrevendo, bebendo ... observando as personagens que sem pressa completam a noite!
Vejo o Esqueleto se tornar um rascunho da insanidade feia daquela que me habita e me destruo por isso.
E é triste como o sono, o dia de sol e as ruas de algodão cabem em algo tão pequeno quanto um comprimido.
É triste e é sujo ver toda arte arrastar-se por dedos cobertos de lama.
Me deixem ficar triste, e peço que não façam piadas sobre a voz que me consola e muito menos sobre as imagens que transporto.
Não lhes devo nada, e se devo, as linhas devem servir de satisfação!
Dói mais à noite...mas há de passar...
Como a água com sono, a água com luz e a água com algodão sob meus pés!

Por: Yuri Pospichil (e aquela que o habita)

Um comentário:

  1. Geralmente tu abusas de palavras mascaradas para dizer o que sentes. Hoje usastes as palavras mais próximas da realidade e da tua dor. Uma confissão, eu diria. De dor e de desesperança. És nestas escritas como alguém que pede socorro mas tem medo de receber a esperança de mais um remédio que não irá curar-te.

    Sinto dizer que talvez ninguém possa nos curar. Nem a ti nem a mim. Somos assim por algum motivo maior que nós. Acho, e prefiro acreditar que o buraco que nos habita, e a cada dia nos suga, deverá de servir à um propósito de aprendizagem. Pois se assim não for, não nos restará mais muito. Nem a ti, nem a mim, nem a mais ninguém...

    Ps.: O roteiro sai até em dezembro, prometo.

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