quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Chuva de Sorvete I, II


E todos queriam sair, pular,
correr, se libertar.
Estavam descansando em águas azuis.
Águas limpidas, águas frescas.
E isso era errado?
Ver as pessoas passarem,
sentadas nas paradas.

E chovia sorvete naquele dia.
O tempo indicava calor,
mas todos estavam gelados.
Como num circulo: ora quente, ora frio.

E a Terra girava.
E as pessoas lá dentro giravam por consequencia.
E assim como era normal para a Terra,
não era normal para eles.

Cada egoísta no seu caminho,
cada grupo acorrentado.
Cada passo dado fora da estrada indicava apocalipse.
Cada passo errado era um tempo sem tempo.

Cada giro era normal.
Cada passo anormal.
Cada inverno era um inferno.
E cada calor infernal era um paraíso tropical.

Não havia nada de fenomenal.
E a ignorância pura era normal.
Não havia capacidade de mudança.
Não havia inteligencia para se ter esperança.

Só havia nuvens.
Nuvens de sorvete.
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O correto seria dizer que chovia limão.
Tão ácido, tão gelado, tão refrescante, tão ardente.
Se chovesse morango estaria tudo no seu lugar novamente.
Se chovesse melancia, morreríamos.
Se fossem cocos, abririam.
Esperando uma chuva que não vem...
Que cai e molha
que evapora e vai embora.


Por:

Um comentário:

  1. Gente, caralho, nem lembrava mais desse texto da Érica. Realmente acho que ela ficará muito motivada e feliz com a postagem dele no teu blog. Realmente algo significante pra ela e, de certa forma, para mim também.

    Abraço.

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