terça-feira, 7 de junho de 2011

Bla bla bla



Vejo minha era tomada por falsos gênios.
Astutos o suficiente para convencer-lhe de coisas que já sabes.
Desconfiem de toda essa arte pronta, de toda essa beleza que se mostra verdadeira, de toda essa profundidade emocional.
Nada disso se chama arte ou verdade, são fatos apenas, tão profundos quanto um último gole de água esquecido em um copo.
Filósofos buscam explicações, não respondem questões já decifradas sobre o amor ou a solidão.
Poetas não se preocupam em vestir de seda cada um de seus poemas.
Pintores são capazes de criar beleza sem colocar um pingo de sentido nela.
Não deixem que esses malditos regrem a arte, não permitam que tabelem a beleza, não deixem esses papagaios pós-modernos colherem louros às custas de verdadeiros mestres.
Uma folha pode ser linda mesmo sem conhecermos a árvore ou os motivos que a levaram a cair.
Meus amigos, só peço que perguntem-se antes que o fim calce os sapatos, onde dormem os sonhos?


Por: Rimini Raskin

4 comentários:

  1. Disse muito, Yuri...

    Mas eu sou suspeito pra falar, por ser nostálgico por natureza. Pra mim tudo que é Velho é melhor, tudo que pertenceu ao passado é mais apropriado Quanto ao novo, o moderno e o pós-moderno, nada disso vale a pena.

    No que toca a arte? Bom, arte sempre vai ser habilidade. A diferença é que nem sempre as habilidades humanas estão sensíveis o suficiente pra materializar certas coisas.

    Abração

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  2. Sabe, Odir. Não tenho nada contra a modernidade, desde que ela realmente seja moderna, que seja originalmente nova e com alguma qualidade. O que me revolta são pseudo-intelectuais, tanto na arte quanto em qualquer esfera, mastigando invenções, sabedorias e sentimentos de antigos e verdadeiros mestres para cuspir de volta sobre nós essa massa disforme de ar familiar que teimam em chamar de inovação, de pós-moderno, de moderno...que seja... Não existe novidade e muito menos mérito em nada do que é produzido por 95% dos "artistas" da atualidade. O fato de alcançarem sucesso tão rápido para logo após sumirem só confirma minha teoria, as pessoas aceitam essa cultura, não porque gostam de novidade, é porque já conhecem, parece familiar.
    Existem ótimos exemplos de artistas da nova era, de filhos do moderno, pessoas que produzem com sinceridade e com o sentimento correto de seu tempo. Mas esses infelizmente estão fadados a morrerem no esquecimento...em um mundo onde para ser vendável é preciso seguir regras de mercado, não podemos esperar nada muito além de mediocridade!
    Não tenho a pretensão de me achar cria da minha era, na verdade sou muito mais um pagador de tributos à todos que me inspiraram...mas como bom leitor, ouvinte, etc... Me entristeço com essa vulgarização da cultura!

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  3. Este problema é muito antigo Yuri.
    Os críticos da arte, quem dita o que é bom e o que não é sempre controlaram isso, o único crítico que existe é o dinheiro.
    E o que vende é o que agrada os poucos que vão ganhar dinheiro com isso.

    Pode discordar de mim, mas explico, o povo não tem muito senso crítico, eles aceitam o que é "cool" o que é "da moda" e quem dita a moda são esses poucos que ganham dinheiro com ela.

    O que nos salva é que nós buscamos a Arte verdadeira e ajudamos na sua divulgação. Expressamos nossos reais sentimentos e dizemos NÃO para as imitações sem talento e aos modistas sem vergonha! `^^´

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  4. Entrando na discussão que é interessantíssima, gostaria de contribuir com uma ótica que é a seguinte: estamos no Brasil, um país que desde sua descoberta já tem registros de importação de modismos.

    Vejamos os índios que ganharam bugigangas dos Europeus. Nossa cultura desde sempre se baseou em receber, em adquirir e incorporar a arte a e cultura de outros mundos. Somos uma nação de paga-paus das nações mais antigas ou mais ricas.

    A preocupação de valorização da cultura local nunca foi uma opção real. Creio, e digo, infelizmente, que nem mesmo eu saberia valorizar o pingo de cultura que realmente foi produzido por este país.Também não me culpo, uma vez que sou bombardeado desde meu nascimento com fatos que conduzem a população a pedir o que é de fora e importar ao invés de exportar.

    Talvez, se fossemos americanos, Estadudinenses, não conheceríamos nada da cultura de outros povos e teríamos um contraponto de visão, da cultura que temos aqui no Brasil. Entretanto, se fossemos Europeus, creio que teríamos um equilíbrio saudável entre a valorização da própria cultura atrelada ao conhecimento da cultura de outras nações.

    Como Pandumiel diz, o povo não tem muito senso crítico. Quem sabe esse povo sejamos (e podem cair em cima por eu dizer isso) nós, Brasileiros e Estadudinenses, mas creio que não se aplicaria aos Europeus, que possuem uma outra visão e uma outra educação.

    O problema não é o modernismo, o pós-modernismo, mas a qualidade de modernistas e pós-modernistas que tivemos, temos e iremos ter. O meio será sempre uma possibilidade e uma oportunidade, o agente é o responsável por sua utilização, e o produto será sempre a concretização que norteará nosso futuro. Em tudo há uma dualidade.

    Espero ter contribuído.

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