sexta-feira, 27 de setembro de 2013

In Natura


   
Mãe Gaia longas tranças verdes e mares de lágrimas,
o que há de ser de tua pureza?
Linda Juno,
será nossa ruína o ciúme?

Em vossos úteros cálidos
de sangue e de terra e de renovação
Em vossos seios provedores
do leite vivo da evolução
Vossos carinhos

Pacha Mama
estuprada pelo filho querido
carregando no ventre a dor
                                 do prematuro fruto
                                                         de fúria apocalíptica
que em breve inundará o mundo
de sangue sujo & sêmen venenoso

Maria de Nazaré filha de Ana
Devaki mãe zelosa
Mahamaya fim precoce
Amina
     Oxum,
               Ixchel,
Atlacoya,
              Isis,
Jaci

No dourado de seus cálices,
um brinde a iluminação


Por: Raskin







                                 

Um comentário:

  1. Não vou lhe dizer que tua escrita me surpreende, porque não mais...
    Teu deslizar entre linhas continua sim me encantando tanto quanto aquele carinha de voz macia e olhar caloroso com quem tive mais que o prazer de falar loucuras entre cervejas.
    Me encanta os traços, a maciez e a dureza palavras...
    Não são vários Raskin... é o mesmo que está se unindo cada dia mais.

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