segunda-feira, 26 de maio de 2014

Cantos de ar e água salgada IV



De ressaca, o mar vomita
na areia da madrugada,
cama dos que amam no verão &
que foi um dia também a nossa cama
memórias-cadáveres indesejadas.
Por isso te digo, querida
é preciso encará-las apodrecer até os ossos
sem levá-las para casa nos bolsos como eu fiz
respirar o fedor sem poder dormir
deitar na cama de pregos de um faquir
Pois não sei mais o que é paz, meu amor,
não agora que os gatos da desesperança
atraídos pelo cheiro da loucura
escolheram meu telhado para brigar

-Raskin

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