quinta-feira, 11 de março de 2010

Geração Inacabada


Somos uma geração de inacabados.
De incapazes de terminar o que quer que comecemos.
Crias de pais que nos mentiram quando disseram que poderiamos ser o que quiséssemos.

Nós não podemos!!!

só podemos ser nós mesmos.

Mas quem somos??

Temos tantas opções que preferimos nos esconder atrás de vontades de ser.
Acreditamos que não existe mais nada para ser criado e que só algo muito grande nos colocaria na história.
Odiamos o novo, por isso maquiamos o passado pondo-lhe novos nomes.
E acreditamos assim que nossa parte está feita.

Diante da dificuldade de criar, preferimos nos acomodar no velho, esperando a história entregar em nossas mãos o mapa para o caminho do futuro.

Não existe sorte, não existe evolução, não existe uma geração que não existe.

Que belo livro vazio daríamos.


Me pego pensando que meu pai com 25 anos já tinha uma carreira, casa própria, um casamento apaixonado e uma mulher grávida.


E eu? O que eu tenho?

22 anos, um emprego de salário razoável, pais que ainda ajudam a me bancar e amigos tão inacabados quanto eu; adolescentes sem consciência de que o tempo passou.
Talvez meus filhos, se eles existirem, salvarão o mundo que eu fiz questão de não ajudar a melhorar.
Nos criaram crianças egoístas e geniosas, donos de um mundo que nossos pais conquistaram... e por medo de estragá-lo, nos mantemos sentados esperando um sinal que nunca vêm.
Sabemos mais de filosofia, moda, música, cinema e história do que nossos pais....

E DAÍ??????

No que isso nos ajudou?
Continuamos nos achando caóticos incompreendidos, incapazes de nos sentirmos parte de alguma coisa.

Somos ridículos.

Apaixonados de coração razo e necessidade de sofrimento.

Não passamos de malditos hypes retrógrados e sem futuro.


Por: 
Rimini Raskin

Um comentário:

  1. Essa Foi pra arrebentar a boca do balão!

    No teu texto tu não apenas questionas o que de fato somos e o porque de existirmos; como também questiona esse periodo "maquiado"chamado pós-modernismo.

    Será que somos assim tão vazios?

    Ou será que nossas necessidades foram tão bem preenchidas pela preocupação de nossos pais em nos dar aquilo que eles próprios não tiveram tão facilmente?

    Sobre o novo... será que ele realmente existiu algum dia?

    Se somos vítimas de um período vazio de oportunidades para entrar para história; não terão sido nossos pais vítimas de uma história onde super heróis dominavam as páginas de suas vidas; onde a ideologia falava mais alto que tudo?

    Será o nosso presente uma maior ilusão de fatos essenciais para uma vida digna do que o passado "cheio de glórias"de nossos pais?

    Enquanto de fato poderiamos dar um belo livro vazio; eu diria que poderiamos dar; também; um belo livro de reflexão sobre a "evolução" da humanidade.

    Parar e olhar para trás; quando se está perdido; é um bom indicador para sabermos em que caminho nos encontramos. É uma forma de tentar perceber se realmente dobramos na direção certa lá atrás e saber se realmente estamos indo numa boa direção.

    Se hoje somos uma geração de inacabados e perdidos no vazio; é porque o caminho lá atrás não ficou bem claro. Se hoje ovazio nos preenche é porque esse vazio foi construído para nós; e acredite; não foi por nossas mãos!

    Se não conseguimos acabar o que começamos; o motivo é claro: não há motivo em acabar uma construção cujo nosso modelo foi o vazio do ontem. Estamos tão cansados desse vazio em que nascemos que só iremos de fato acabar qualquer coisa que seja no dia em que quebrarmos com o modelo de paradigma de nossa existência.

    O vazio não é o hoje; mas é o ontem. O mesmo ontem que ontem era visto por nossos antepassados como o futuro. Como a salvação. o ontem que hoje é visto não somente por nós; "jovens inacabados"(de fato); mas também por sábios presunçosos dos bons costumes e caminhos de sucesso.

    Somos nós seus maiores troféus.
    E o que somos?

    Um livro vazio
    Um caos
    Uma Filosofia barata
    Um sucesso
    Um egoísmo
    Os Apaixonados de coração razo

    Mas quem sabe no futuro alguém possa nos olhar com outros olhos. talvez nos vejam como os caras que pela primeira vez pararam de construir o "novo" para pensar na validade de toda essa hipocrisia criada.

    Os únicos que frearam o "progresso" para ver qual era o seu caminho verdadeiro e onde ele nos levaria afinal.

    Aí está; talvez; nosso grande feito histórico. PARAR! Parar por um instante e reclamar. Somos a febre que avisa o dono de um corpo que o mesmo está em perigo. Somos um alerta! Não o remédio; mas o Alerta!

    Embora; é claro; quem leve o crédito seja o remédio...

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