domingo, 17 de novembro de 2013

Vem Poeta



Vem poeta
Tygre da palavra
que o mundo é cervo e degola

Das tuas linhas quentes
Água benta / verso fluente
bebido das mãos místicas do universo

Vem,
poeta da fome e da loucura
Veneno das horas
Serpente de plumas
Língua ferina

Destila tua verdade
de carne crua e ossos fortes
Arte a dentro / sangue a fora

Banha no mar teus pecados
Teus cigarros
A lama do teu rosto

Teu cheiro de vinho doce
Tão barato quanto a morte louca
comprada a prazo

Vem poeta
Artista do fim do mundo
Inutilidade necessária

Dos homens o maior

Afinal, quê vida valeria a pena
sem teu poema de farol?

Qual pena, poeta
mereceria a vida sem teu verso de sol?

Vem poeta
Vem poeta

e alimenta com fogo
meu vício de sentir


Por: Raskin

*(imagem: “The circle of the lustful” - William Blake)

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