Vem poeta
Tygre da palavra
que o mundo é cervo e degola
Das tuas linhas quentes
Água benta / verso fluente
bebido das mãos místicas do universo
Vem,
poeta da fome e da loucura
Veneno das horas
Serpente de plumas
Língua ferina
Destila tua verdade
de carne crua e ossos fortes
Arte a dentro / sangue a fora
Banha no mar teus pecados
Teus cigarros
A lama do teu rosto
Teu cheiro de vinho doce
Tão barato quanto a morte louca
comprada a prazo
Vem poeta
Artista do fim do mundo
Inutilidade necessária
Dos homens o maior
Afinal, quê vida valeria a pena
sem teu poema de farol?
Qual pena, poeta
mereceria a vida sem teu verso de sol?
Vem poeta
Vem poeta
e alimenta com fogo
meu vício de sentir
Por: Raskin
*(imagem: “The circle of the lustful” - William Blake)
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