terça-feira, 31 de agosto de 2010

Canção para quem não está!




Não se engane caro amigo!
Existe loucura nessas linhas.
Há um pássaro ferido na janela que bate a cabeça contra o vidro.
Me olha com agonia de sangue,
Na verdade eu não ligo!
Ele não está alí afinal.

Poderia ter ficado admirando os círculos azuis que transbordam do copo,
Poderia pisar os degraus maleáveis,
Ter podido poder.
Mas não faço!
Eles não estão alí afinal.

Quer acreditar em algo verdadeiramente real?
Acredite na maldade humana, no veneno da língua
E na distância e no desejo de separação.
Desenhe vida com números mortos,
Basta crêr no que um dia chamaram normal!

Mas bem no fundo eu não vivo!
Pois não estou aqui afinal.



Por: Rimini Raskin

Continentes e Civilizações

As pessoas dizem que tão pouco nos conhecemos
E que, em verdade, nem sabemos o que sentimos
Elas não sabem onde estivemos nós
Que no reino de faraós passamos entre papiros
E vimos entre suspiros o nascer das pirâmides

Quantas vezes o mesmo amor contemporâneo
Cruzou o azul mediterrâneo em naves fenícias
Em busca das colônias pelos Jardins da Babilônia
Pela Pérsia, China e Macedônia
Entre gregos e romanos, entre hebreus e muçulmanos
Em nós, o mesmo ciúme, o mesmo perfume

E os menestréis pelas vielas velhas, amarelas, tão antigas
Levaram nossas cantigas no bojo de suas guitarras
Cantando como cigarras das Américas
Um novo mundo descoberto
Nos pampas, nos chars, no deserto, nos Andes

Enfim, em todo lugar, uma canção onde ressoar
Anunciando na voz dos sinos que somos quase deuses divinos
Que somos ternos e eternos, que somos Romeus e Julietas
E que por séculos e planetas sempre existiremos nós

E mesmo antes de civilizações,
Continentes, povos e nações
Nosso amor pelo mundo caminhou
Nosso amor pelo mundo caminhou


Por: Ronnie Von

Espelhos Quebrados


Sinto as nuvens de papel

Hoje um carro sobe ao céu

O sapato é de jornal

Mas o incenso é nacional


Vem sem saber se a cadeira vai morrer

De tédio, sozinha, sem você

Morrer de tédio, sozinha, sem você


O amarelo fica azul

E os habitantes vão pro sul

Sinto a vela se apagando

E os marcianos vem chegando


Vem me dizer se a cadeira vai morrer

De tédio, sozinha, sem você

Morrer de tédio, sozinha, sem você


Por: Ronnie Von

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sobre a vida que faz mais do que existir

Sempre hão de existir flores mais belas, campos mais verdes e pássaros com melhor entonação.
Frutas mais doces, caminhos mais curtos e amores maiores hão de aflingir o coração.
Porque a vida é um exercício de procura e principalmente de experimentação.
Viver é entregar-se aos excessos pelo menos uma vez ao dia, aguçar o paladar com novos sabores, os olhos com belas imagens e a mente com novas sensações.
Viver é muito mais que manter-se saudável e equilibrado o tempo inteiro.
É buscar a perfeição com a consciência de que somos seres falhos e podemos sim nos permitir sentir raiva diante de certas situações.
Viver é descartar a falsa idéia de pecado e abnegar de doutrinas que recusam a vida.
Viver é ser natural, é sentir-se parte de tudo que é vivo, é aceitar o fato de que também somos animais e de que as coisas existem para serem experimentadas, provadas...VIVIDAS.
Sabendo disso me nego a simplesmente existir,
Pois não há amor mais puro que viver sem culpa e castigo.
Nem pecado mais sujo que negar o que é vivo.


Por: Rimini Raskin

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sobre a paixão e seus doentes


Há nos amantes uma loucura sórdida.
Um amor pelo sofrer e uma propiciedade à dor gratuita.
Tornam-se mais apaixonados à medida que suas aflições aumentam.
Passam a não mais dormir noites completas, assumem poses ridículas, criam ilusões de posses e uma falsa idéia de que o mundo se encontra por completo no ser amado.
Alimentam-se de sobressaltos, adquirem a desconfiança e a fragilidade de pequenos cães que amam mais seus donos à medida que vão sendo maltratados.
Reside no coração apaixonado tudo de mais vergonhoso, tudo de mais infantil e digno de pena.
Os amantes não mais vivem suas próprias vidas, andam de um lado para o outro como zumbis paranóicos à imaginar os passos do objeto de adoração.
Acabam por terem a idade reduzida ao ponto de encabularem-se com palavras ou simplesmente a presença do ser que dá razão à sua existência.
Afastam-se do que realmente importa, perdem quase por completo a afeição por suas amizades, tornam-se fantoches nas mãos da pessoa amada.
Não existem senão pelo prazer de ganhar um pouco de atenção do ser à quem dedicam todas as suas forças.
A paixão é um perigo inevitável, um inimigo íntimo necessário.
Nos pega de assalto e derruba todas as defesas, é impossível percebê-la à tempo de derrotá-la,
não que devêssemos negá-la, mas deveríamos ao menos ganhar o direito de aceitá-la aos poucos.
Mas não, a paixão é um governo tirano e possessivo, não há como desobedecê-la sem pagar um preço alto, é um parasíta que nos mantêm refêns de suas vontades, um senhor de engenho que atira migalhas à seus escravos em troca de sorrisos débeis e servidão.
A paixão é cruel e ao mesmo tempo linda como uma manhã de inverno, aguça-nos o olfato, a memória e a visão, eleva ao êxtase ou reduz à quase-morte nossos batimentos cardíacos, é inevitável como disse antes, é bela, arrebatadora, opressiva, redentora, é um banho frio no inferno, a água quente no inverno, mentora mentirosa, falsa profeta do eterno, uma torturadora com o poder de permitir-nos amar ou afogar-nos na lama da decepção.
Não existe parecer racional quando se está apaixonado, não existe sequer a razão, consciência não combina com emoção, auto-controle torna-se uma piada, não existimos como unidade diante da paixão, nos tornamos cobaias nas mãos de um destino sem nenhum futuro aparente.
Por isso, amantes da paixão, é a vocês que venho por meio destas linhas fazer um alerta.

Com sorte encontrarás o amor, o verdadeiro sentimento, não a farsa da paixão.
Encontrarás a plenitude, o carinho sem posse, o olhar sem dor,
o sorriso sem medo e as noites de sono.
Do contrário, serás mais um à chorar os estragos causados por uma experiência que mais traz a fome do que a satisfação.


Por: Rimini Raskin

50 Receitas


...O que me dá raiva
São as flores
E os dias de sol.
São os seus beijos
E o que eu tinha
Sonhado prá nós.

São seus olhos e mãos
E seu abraço protetor.
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?...


Por: Leoni/Frejat

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Linhas para uma musa morta!!



Vou jogar mais algumas linhas fora pra falar de ti.
Prometi não te dar mais espaço aqui no blog, mas dessa vez merece.
Tua idiotice é tão deprimente que chega a me comover.
Mas vou ser breve e direto.

Teu grande problema sempre foi a criatividade, ou melhor, a falta dela.
É uma boa atriz, preciso admitir, mas péssima em improvisos.
Fórmulas batidas e pensamentos previsíveis são a tua cara.
Queria poder voltar no tempo, para ser exato, 3 dias antes do teu showzinho de mal gosto.
Queria voltar e poder gravar o momento em que eu "cantava a pedra" do que aconteceria no final de semana.

Ráá!!

Fiquei até contente, tu não me decepsionou, fez exatamente o que eu esperava.
Mas brincou com coisa séria, com uma coisa muito maior que tuas vontades de criança mimada.
Me atingiu na hora, mas não fique tão contente, só tu perdeu no teu joguinho patético.

Por isso peço-te que não esqueça:

Sou fruto de experiências, lições, traumas e amores.
Sou argila moldável, então não reclame da forma como sou, você a criou!


Por: Yuri Pospichil

domingo, 1 de agosto de 2010

Não é nada

Não...não é conto nem poema.
Nem mesmo arte será.
É um desabafo, vou me permitir falar o que preciso, acho que já fiz isso antes aqui no Esqueleto, mas farei de novo.

Realmente não sei o que acontece comigo, onde fui parar?
Não me sinto mais o mesmo, onde está o Yuri que eu gostava de ser?
O cara de pau que eu construí durante todos esses anos? O cara engraçado sem medo de falar o que pensa, sem medo do fracasso, o cara do "foda-se" ligado?
Nada disso existe mais, e por que?

Só existe insegurança, medo e covardia diante de coisas tão idiotas.
É como se na vida "real" eu fosse o mergulhador que esqueceu o oxigênio.
Sempre preocupado em voltar para a superfície e por isso não cosegue ir mais fundo.

Que diabos está acontecendo comigo?

Eu não sou isso, não sou assim, então por que esses sentimentos ruins todo fim de noite?
Não quero voltar para os dias de "bolha e escudo"... eu superei isso...então por que essa droga toda agora?
"Tu é um cara super legal, Yuri. É sincero, é divertido, romântico de uma maneira toda tua!"
E dae?
Eu não quero ser legal, quero ser, quero estar, quero poder mudar quando quiser, sem pedir permissão, sem remorsos, sem medos....
Não lembro mais onde eu peguei a estrada errada, mas ela só tem me levado por uma direção oposta da que eu um dia quis ir.
E só agora eu começo a perceber que as placas estão todas erradas, sinais confuzos e semáforos sempre no amarelo.
Me tornei um ator sem público para o meu teatro.
Acho que o mundo mudou e eu fiquei pra trás, por teimosia, por apego a uma idéia que um dia pareceu nova. Sou um rocker falido, deixei a atitude morrer, estou vivendo no meio do muro, o melhor lugar para se levar uma pedrada e cair para o lado errado...ou pior ainda...levar pedradas e manter-se firme no alto desse muro de inseguranças.

Acho que não engano mais ninguém...
E pra um artista, nada pode ser mais triste!

Por: Yuri Pospichil