Em um rancho quente no fundo do Mato Grosso, o vigésimo anjo alfabético engole poeira e vazio enquanto se afoga agonizante em um rio de preconceitos e estática repressão. Esse talento acorrentado à terra fofa depois da tempestade não sou eu mas poderia. Milhares de anjos chicoteados -suspensos- em ganchos de açougue humano por línguas estéreis e destrutivamente mal amadas por toda parte da minha cabeça. Anjos nus empurrados para o abismo por mãos invisíveis. Anjos mirando com dignidade e medo um céu ao contrário de onde a segunda vinda não significa nada. Anjos como o poeta barbudo sonhando voar em espírito montado em um caralho celeste sobre plantações de girassol
Por: R. Raskin
"Um caralho celeste sobre plantações de girassol"Alguém devia pintar um quadro disso.
ResponderExcluirSempre quis aprender a pintar, pode ter certeza que as referências surrealistas que trago na escrita também passariam para a tinta. Interessante tu pensar em um quadro, porque nos últimos tempos escrevo através de visões de quadros estáticos, um dia quero escrever aqui sobre isso com mais calma.
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