sábado, 7 de janeiro de 2012

A Cidade Adoece




Como diria uma amiga: - A cidade adoece!
E apodrece, até mesmo a mais pura das boas vontades.
A cidade desbota, recoloca e transporta.
As vezes para muito mais longe do que se pode aguentar de cara.
Sem rosto, sem gosto nos tornamos, todos.
Carregados pelo braço, contra vontade.
Com uma seringa pendurada ao pescoço.
Sorriso débil no rosto, morte na tela na hora do almoço.


No alto do prédio um coração bate sem saber.
Embaixo da ponte uma alma se esvazia sem por que.
Não há nada aqui que não atinja e tinja de negro a visão.
No lugar onde santos exercitam-se em vão,
Não se pode competir com o consumo.
Não se é páreo para a tele...

Visão!


Nôs vendem luz nos templos de sangue e fome e mentira.
E nenhum avião te levará tão alto quando o céu está além do fumo espesso e dos ônibus expressos.
E nenhum amor está nas palavras do homem de terno.
E nenhum elevador te poupará as pernas.



Somos vivência e experiência.
Nenhuma essência precederá nossa existência.
Criador e criatura, iluminação e amargura.

Somos a cura!

O vício e o mestre.
Somos a pureza que a cidade adoece.




Por: Rimini Raskin

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