quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

É quase sempre sobre amor



Abençoada seja a mijada bêbada no fim da madrugada
Olhos grudados no piso-parede janela de madeira
Cigarros no chão no vaso descarga quebrada
Olhos vermelhos no espelho com sorriso comedor debochado
Irmãozinhos empilhados ao redor da mesa de sexta-feira santa
Cacos de vidro de vida de lentes de aumento embaçadas
Absurdos ruídos de ratos nas paredes vermelhas da casa paterna
E quase esqueço como isso explode cabeças em brilhos frenéticos
Sem sentido outras vezes não sentindo outras vezes não mentindo
Tantas vezes, tantas vezes meus camaradas, minhas calçadas
Minhas calças sujas de vômito de vinho e de vinda matinal
Chapados outras vezes chupados quase sempre mal amados
Cambaleantes, acordando longe de casa no ônibus errado
Depois de quartos, estranhos e cachimbos de haxixe
Quartos estranhos e cachimbos de haxixe
Quantos estranhos e promessas de amor esquecidas
Quantas trepadas às claras em apartamentos sofridos
Paixões sem tino rumo ou direção
Puro tesão e braços ao redor do pescoço baseados na boca
Pensando - cara, a vida deveria ser sempre assim
Um domingo de ressaca chutando garrafas deitados em uma mesa de sinuca
Rindo à valer das coisas que o álcool apaga
Filhos de uma puta
Sagrados filhos de uma puta
Esse canto é para vocês
Os que sabem do que se trata
Os que ainda lembram de quem são



Por: Raskin






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