quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Porto Alegre é uma puta que chora



Corre sangue impuro sob o viaduto da conceição
colchões pedras brasas mijo corrosivo vigas destruídas
Frio fome sujo surgem os demônios que a noite carrega
cães coisas e pessoas lâmpadas e poltronas anos noventa
Sirenes raquíticas negras-sereias olhos vazios de rodoviária
Cantos ruas desertas esquinas vielas bequinhos aço frio de facadas
Polícia ronda porrada oferta e procura de cus e bucetas e caralhos
Voluntários da Pátria em Farrapos rottweilers cafetões traficantes
Estudantes bêbados estudantes fervilhantes postos de gasolina e correria
Trans plásticas enfeites de calçada anjos não operados
Mães solteiras bastardas de camisa aberta e cicatriz enorme na barriga
Suor maconha máquinas de café farmácias de benflogin
Chá de cogumelo para curar o marasmo de andar por aí sabendo que anda sem notar que morreu há anos entre a arquitetura fodida mil novecentos e doze que engole tinta e vomita cartazes
Ah, Porto Alegre, tua música me faz chorar no inverno
E nos ônibus parques e carecas dos motoristas de táxi
teu nome me seguirá nos muros


Por: Raskin





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