Vendo um horizonte amplo
Pela moldura foco da janela.
Sentindo o cheiro da chuva
E o frio do vidro na ponta dos dedos.
Olho adiante e procuro sentido.
Entre a paisagem distorcida pela neblina
A certeza do que existe pela memória
E o medo continuo por não conseguir
Distinguir através da visão.
Tendo surtos por não entender o que é
Verdade entre abraços partidos
E vidas que tento convencer a fazer parte da minha.
A chuva distorce,
A bruma deixa misterioso o óbvio.
Só consigo pensar se hoje
Ainda consigo supor a chuva que me encantava na infância
Ou as mudanças de tempo previstas.
Minha cabeça vaga e divaga
Buscando o sentido do trivial.
Percebendo entre as lágrimas que escorrem pelo vidro
A dor e significado da minha própria tristeza e dúvidas.
Penso nos pontos finais precipitados,
Nas virgulas...
Quero voltar sem ter que dizer de onde vim.
Mas o que faço quando sinto tanto vazio num abraço?
Falta o que dizer e pronuncio palavras que não são minhas
Vendo o nada diante de uma janela difusa.
Me vem a mente apenas o calor de um abraço inesperado
Do você que desamarra os nós da minha garganta,
Da sua mão que recolhe meus pedaços e junta em algo melhor,
Do você que coloca no papel meus momentos surdos
E do carinho que me transforma.
Eventualmente tudo acaba,
mas se escrevo...continua.
Por: Fabíola Alcazzar
Esse texto é fruto de um vipassanā incrível da Fabíola sobre meu estado de espírito. Digo incrível pelo fato de que quando ela me mandou parecia ser um texto psicografado por ela em meu nome. Crenças à parte, mas esse texto realmente reflete meu espírito! Muito obrigado pelo presente Fabí. A foto do post é temporária! rs
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