quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estética Estática

Nas ruas, onibus verdes invertem esquinas cinzentas.
O pixo polui de negro a parede que parece nunca ter sido nua.

Da janela observo, mas os objetos me repelem,
Não sou bem vindo, não me deixo ser aceito.

Magnífica e opressora São Paulo.
O monstro de concreto e aço,
A fábrica de sonhos e pesadelos.

Cidade sem face,
De raízes confusas.

De peruanos que vendem arte para japoneses
Que vendem para italianos que vendem para
Brasileiros que vendem.

Desconfiança e pressa nos olhos de cada um.
Homens fundidos ao concreto da calçada passam desapercebidos
Aos homens fundidos ao relógio que por uma mágica cruel funciona com o dobro de velocidade.

É como se Kerouac escrevesse a cidade,
Desenhando uma Tristessa doidona dentro de cada táxi.

A cidade que não dorme, que engole
Que paralisa e encanta olhos estranhos.

Cidade que do céu já sem sol, sem sal e sem céu,
Me chega em som a saudade do sul.


Por: Rimini Raskin

3 comentários:

  1. Felizes são os lugares onde ainda podemos comtemplar o céu e ver as estrela...
    Sampa é algo que ao mesmo tempo que puxa expulsa... uma cidade teste, amor e ódio...onde tudo se completa e finaliza... onde...ende encontramos abrigo em estranhos e estranheza em conheçidos...
    cidade que respira e pulsa sozinha
    que dá medo por parecer existir por si só... um ser que dá e impressão que a qualquer instante vai andar sozinha...

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  2. Acho que descreveste perfeitamente, e a pessoa acima compelmentou com magnetude. A cidade que puxa e expulsa. A cidade das ilusões fáceis e realidades duras.

    É São Paulo... Saudades. Mas jamais viveria sem meu Po-do-sol perfeito de meu porto seguro. Porto Alegre até a morte, aonde quer que eu vá, ou esteja.

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  3. Como gosto de dizer, sou um guri de cidade pequena, Porto Alegre é maravilhosa por unir elementos de metrópole e interior, formando um equilibrio gostoso.

    São Paulo não faz meio termo, é uma cidade que te obriga seguir no ritmo alucinado que ela impõe.
    Como a Fabí falou, a cidade tem uma vida própria, ela encanta e paralisa visitantes, peguei chuva e um engarrafamento monstruoso, perdi minha paciência, mas olhava na minha volta e via todos tranquilos, acostumados a esse ritmo que pra mim é um pesadelo.

    São paulo é surpreendente, é um mundo a parte, um mundo que não estou pronto para tomar como meu.

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