Ela estava lá, caminhando de um lado para o outro da casa.
E era estranho sentir esse calor ao olhá-la, me sentia pecando, sentia sujeira, porém o desejo se tornou incontrolável com o passar do tempo.
Mas como chegar até ela e dizer o que sentia?
Ainda mais ela, mulher de um dos meus melhores amigos.
Os dias passavam e eu não conseguia mais trabalhar, pensando nela. Tinha sonhos eróticos frequentemente, acordava chorando de vontade de tocar a pele dela.
Mas como? Seria um crime, algo proibido, mas não sabia mais como segurar toda minha vontade.
Durante muitas noites acordei sussurando o nome dela, desejando-a com todo fogo que havia em mim, fantasiava situações e me tocava imaginando serem minhas mãos as mãos dela. Mas por que ela? Logo a mulher de um amigo de infância, alguém que eu amava como a um irmão? Como poderia magoar ele assim?
Seria injusto e baixo da minha parte. Mas então como suportar essa angústia, esse desejo de chegar até ela e falar o que sentia?
Com o tempo decidi deixar sinais mais evidentes do meu interesse, passei a visitá-los com mais frequência, e principalmente quando ele não estava, afinal ela era minha amiga também, não teriam do que desconfiar. Mas era insuportável ficar a sós com ela, me insinuava de maneira sutil e ela parecia não perceber nada, o que me deixava em um estado de frustração ainda maior. Já não sabia mais o que fazer, e sentia muito medo de abrir o jogo e receber a pior das reações. Tentei várias vezes tirá-la da cabeça, e cada vez que fazia isso o desejo voltava ainda mais forte.
Aquela situação estava me enlouquecendo, era uma guerra interna, não conseguia aceitar o que sentia. Minha criação foi muito religiosa e apesar de não mais seguir religião alguma, a idéia de pecado ainda estava muito latente na minha cabeça e não era nada fácil me livrar dela. Poderia acabar com o casamento dela, poderia acabar com o meu casamento, arruinar 4 vidas de uma só vez, por culpa de um desejo que eu não sabia de onde vinha. Algo completamente novo, inesperado e insano para mim.
Já não encontrava mais saída, a não ser me afastar, para longe, onde não mais a veria, onde a presença ingênua e inocente dela não pudesse atiçar meus desejos proibidos.
E foi o que fiz, mudei de cidade, com a mudança perdi a vontade de viver, como se a existência não pudesse ser possível longe daquela sensação divina que sentia ao olhá-la pela janela.
Fui me arruinando aos poucos, transformando meu casamento em um inferno, escrevia dezenas de cartas, mas nunca as enviava. Não sabia mais como lidar com tanta saudade, não conseguia mais aguentar a angústia do desejo e da falta.
Não podia mais fazer isso com meu casamento, era injusto fazer sofrer alguém que me amava como eu estava fazendo. Então voltei para casa naquele dia com a decisão de esquecer tudo e pedir perdão por todo o desconforto e tristeza que criei, mas só o que encontrei foi um bilhete sobre a mesa:
"...Desculpa partir dessa maneira Suzana, mas não consegui suportar todo esse clima, me sinto impotente por te ver triste e não saber o motivo nem como ajudar. Espero que encontre o que buscas. Te amo, e por isso não posso mais continuar te fazendo mal. Me procure quando tiver decidido o que quer, tem meu número, e afinal de contas ainda sou teu marido, desejo que seja feliz, mesmo que não seja à meu lado! Adeus..."
Por: Yuri Pospichil
whisky, muito gelo e dois dedos de água...
ResponderExcluirum amor para recordar...
excitação
meio desejo
desejo inteiro
questões mau resolvidas sempre nos deixam um tanto vazios...
sensação de inacabo, do que poderia ter sido...
e pecado é tudo uma questão de interpretação de um mesmo texto...
O que é pecado mesmo?
hahaha...
ResponderExcluirO pecado é um freio colocado no caminho para o paraiso!
Que ótima frase de efeito sr Pospichil.
ResponderExcluirSobre o texto: Final INTERESSANTE!!!
;)
Pecados
Pecado
Pecar
Pequei!