quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ode ao meu pau duro



Homenagem à minha torre de Pisa
minha pissa
companheira de noites gostosas
solidões desastrosas
Meu saxofone
entregue aos lábios
da menina antes da festa

Sufocado
perseguido
por falsos moralismos
escondido

E por quê não?

Por quê não deveria eu
caminhar na rua
com a vara dura?

Por quê não?

A senhora que se choca
é a mesma que deseja na boca
o leite morno dos tempos de moça
É a mesma que roça a xoxota
com o chuveirinho
e lambe os beiços às escuras
quando o entregador de pizza
lhe toca suave a campainha

E então?

Por quê não?

Ah, meu companheiro
desbravador de cavernas
peço que jamais me deixes na mão
Deixes isso para quando eu já estiver muito velho
de cobra mole
indo aos puteiros
mentir a mim mesmo

Nunca irei entender
o por que de toda essa vergonha
Obrigados a andar por aí
como se na cueca levássemos uma pistola
sendo que a munição é puro amor

Nas calcinhas
aprisionadas
todas as rosas
cheirosas
que deveriam aos ventos
florescer sem dor

Caralho
Boceta
Tão normais
completamente naturais
ao ser

E então?

Por quê não?

À eles e à elas
Aqueles e aquelas
que me enchem tanto o saco
mais do que os pentelhos
À todos esses
os envergonhados
deixo essa homenagem
na forma de pau sempre ereto
no escuro e fundo de seus retos
para todas as vezes que pensarem:
- "Que horror!"


Por: Rimini Raskin

4 comentários:

  1. Espetacular! Divertido, Verdadeiro, Impagável! hahahahahaha. E PROFUNDO. Hahahahahahaha!!!

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    1. Uma outra hora te conto a história completa do que me levou a escrever com tanta profundidade! husaiasusaiuhasiasuhisa

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    2. Que medo.. e curiosidade! hahaha

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