terça-feira, 29 de maio de 2012

Opium



Estou deitado na cama
e um raio de
sol-luz-quentura
brada
branda e
de branco
me cega o olho esquerdo

Desfaço-me antes de
reagrupar novamente
líquido ou
denso
tal qual
mercúrio em
bandeja de prata

I want More
and More
Wants me
Please, Miss Pussy
Let me In
To More
and More
Wants me
Miss Pussy
Please
Let me...

Estendo a mão
e a luz
agora é sombra
repousada em
cegueira que
passageira parte
da mesma estação

&
nesse espaço
(vazio)

Penso que...talvez não...
Mas, digamos que seja real
esse ato de pensar
que de negro deveria banhar-se o mar
a cada pensamento que
possivelmente não seja...

E fico na espreita...
Na espera do ouro de toda manhã
O abrigo nos olhos do Buda
profundos e reluzentes como
um presente
de candura elevada
às mais puras esferas da consciência
ou total falta dela

Ah, esse paraíso...
Que não existe
no preciso momento em que
minha boca
se torna capaz de pronunciar

Talvez ele chame
Poesia
Estrada
Loucura
Talvez soe
como os barulhos da noite
quando eu deitava
no campo
para me olhar nas estrelas
Ou ainda,
é possível que
não chame
nem soe
Nem exista além dessa cama

É contra toda minha lógica
de relatividades, eu sei...
Mas, ao voltar minha cabeça para o lado
imaginem quem encontro?

A luz do Sol
encarnada
com toda brancura
do conhecimento
ancestral
maior

Interior

Buda está aqui -
Digo em um suspiro...

(ou penso dizer)

&

Ele é perfeito & brilha mesmo quando dorme
dentro dos pequenos olhos escuros que
me fitam ao lado da cama
Eu não posso mexer mas,
meu coração dispara diante das pequenas
lanternas de chama pura e de bondade
dos sorrisos que não são dados

Me sinto leve
ao ponto de segurar-me na cama para
que não rompa com o teto
dessa vida
longe...
longe..

&.

Embora eu saiba que
no próximo passeio
os cães da vizinhança seguirão 
enfurecendo-se ao me ver passar
tão miserável
com meu lobo mostrando-lhes
os dentes...
Agora,
ao menos tenho a
certeza de que
esse pequeno deus
terá sempre o poder de me
presentear com o
perdão


Por: Rimini Raskin

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