sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A face oculta do amor (22/07/2001)


Você foi amaldiçoada pelo tempo.
Condenada à viver no passado,
caminhando entre tristes fantasmas,
presa no canto mais escuro, fechado.

Todas essas pessoas conversando,
isso te enlouquece não é?

Se torna tão fácil saber para onde fugir quando lhe resta somente a noite como saída.
Uma amiga invisível pronta para escutar uma boa história.

E então sentada na mesma calçada colocando sua fé em dúvida, seus amigos, um a um, acabam por lhe dar as costas.
Porque as pessoas em geral são como jóias baratas.
Fascinantes, porém falsas.

Entregue totalmente à sua arte repleta de exageros.
Todos eles como monstros de olhos claros e dentes afiados, sempre prontos a te aceitarem.
E só então o sorriso toma de assalto sua face.
Um riso convulsivo, semi insano, que rapidamente se espalha por todo seu corpo em forma de calor.
-"Por que?" ...Você se pergunta.
-"Por que me enlouqueces ao ponto de amá-lo?"
-"Como podes tu fazer de mim, de amante do fugaz, uma escrava do eterno?"

E assim, aos poucos acabarás matando em ti o teu dom.
E com ele morrerá o sagrado.
Até o ponto que nem mesmo um sentido haverá.
Condenada a morrer de amor.
Enquanto não revelar a verdadeira face das mulheres no quadro.


Por: Yuri Pospichil

4 comentários:

  1. Que fofinho babie!!!!Nessa época eu nem sonhava em escrever ...
    Va já tinha alma de poeta....angústia desde de cedo!!!
    Nessa época eu descobria a música ... bons tempos...
    Bjus e bonita a "raiz" ^^

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  2. Bem. Cada um diz desconhecer o conhecido amor. Mas a verdade é que lá no fundo nós o conhecemos, e as vezes até mais do que ao nosso próprio. Podemos até fingir incompreensão sobre aqueles que nos rodeiam, mas os bem próximos, esse conhecemos bem. Reclamamos de pessoas mascaradas, mas, as vezes, a mão que os mascara é a nossa própria mão. E sim. Somo bem capazes da hipocrisia de ainda por cima colorir tal máscara ao nosso bel prazer. Podemos até estar querendo fazer com que as mulheres nos quadros revelem seus rostos, pois fingimos não os conhecer. O que seria isso? Uma dívida das moças para conosco de nos mostrarem a face por elas mesmas, em sinal de humilde reconhecimento?

    Queria destacar algumas partes, mas fica difícil quando o texto ao todo, tão belo e cheio de suas verdades, quer reivindicar somente uma coisa.

    "Como podes tu fazer de mim, de amante do fugaz, uma escrava do eterno?"

    E a pergunta se responde.

    As faces podem até serem ocultas
    Mas nós as conhecemos.
    Podemos não as ver, e nem elas a nós.
    Mas não são burras. Amam o perecível por pura vaidade,
    E em verdade são "espertas".
    Sabem onde está o concreto.
    Por isso "se deixam" escravizar pelo eterno.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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