terça-feira, 18 de agosto de 2009

Asma


Nunca os corredores pareceram tão escuros.
Nunca a noite pareceu tão triste.
E minhas lágrimas nunca tão honestas.

Já posso sentir sua mão sutil pousando sobre meu peito.
Me sinto cansado.
O fôlego da vida aos poucos abandona meus pulmões.
Deitado, eu choro.

E escondo as lágrimas.
E sufoco o pranto.
E não deixo nada fugir do meu leito.
Nada escapar do meu peito.

Mas ela vêm, vêm aos poucos.
Gotejando sua agonizante maldição cuja dose me seria insuportável.

Danem-se os mestres e os pensadores.
Hoje não tenho tempo para exaltá-los.
Quero apenas desfrutar esse fim de noite em que a vida me escorre entre os dedos.

Mas enfim o ar parece encontrar lugar nos pulmões.
Mandando a morte pro inferno.
Sinto muito sono, e escuto alguém falando baixinho dentro da minha cabeça:
- Agora dorme, esse é um presente pela bravura desta noite!

Por: Rimini Raskin

2 comentários:

  1. Só há uma forma de comentar isso:
    ________________________________________

    Não sei se é Asma
    Não sei o que é
    Não sei se sou eu, ou somente você
    Não sei se é o mundo, ou alguém qualquer

    Poderia ser tudo, e ao mesmo tempo nada
    Poderia ser o céu nublado, mas poderia estar ensolarado
    Poderia se chamar Asma, mas acredito que não é bem esse o nome.

    Não sei se é o mundo, ou se simplesmente eu
    Só sei dizer que a vontade de dormir é o melhor presente pela bravura.

    Que possamos descansar em paz
    Mas principalmente no silêncio de nossas mentes
    E no excesso de oxigênio.

    Que assim seja!

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