Todos nascemos livres e assim o fomos por bem pouco tempo. Desde a primeira infância com as ordens dadas por adultos, que censuram e moldam nossa natureza à seus próprios ideais. Depois a adolescência, fase em que a consciência nos toma de assalto e que novamente nos moldam e podam com discursos de que não sabemos nada da vida e que tudo não passa de uma fase a ser superada, uma rebeldia sem causa. Mas tínhamos uma causa, nobre e infinita, retomar nossa natureza roubada. Selvagem e desregrada, mas sincera como as chuvas. Nos tornamos adultos, amadurecidos à força, descontando nossa frustração em nossos filhos, criando a nova geração de controlados e desacreditados intelectual e sentimentalmente. Partindo dessa idéia, fica fácil entender os avós que fazem todas as vontades dos netinhos, tudo não passa de remorso, uma maneira de compensar o dano que provocaram nos próprios filhos, que por consequência criticam sua forma de tratar os pequenos. Tudo não passa de um grande ciclo de frustração, vingança e arrependimento. Uma prisão de sentimentos que nos mantêm escravos à valores seculares, criados única e exclusivamente por mentes que pretendiam a criação do "homem rebanho", uma raça frágil e desequilibrada, as ovelhas que se permitem ao abate sem resistência. A saída seria, talvez, nunca perdermos a consciência do gigantismo de nossa pequenês. Sermos eternos deuses-crianças, donos de nossas verdades, soldados de nossa própria natureza.
Por: Rimini Raskin
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